4 meses de pandemia: o que mudou no mercado imobiliário?

4 meses de pandemia: o que mudou no mercado imobiliário?

Já lá vão quatro meses e muito se tem falado sobre as consequências desta pandemia. O fantasma da crise paira no ar… E a possibilidade de um novo confinamento também.

Portugal deixou escapar a boa reputação conseguida pelos resultados atingidos durante o confinamento e deixou também escapar a possibilidade de sermos considerados um país seguro para acolher turistas. Este era o nosso grande trunfo para encarar a anunciada crise de uma forma mais otimista.

 

Quatro meses depois muitas empresas fecharam, outras lutam para se conseguirem manter e outras viram os seus negócios crescer talvez até de forma inesperada.

O teletrabalho passou a ser o novo normal; a redução e os cortes de algumas linhas aéreas fez com que os turistas estrangeiros não viessem passar as suas férias e ocupar os apartamentos que estavam em alojamento local. Muitos proprietários dependiam destas reservas para pagar as contas, pelo que estão a ser obrigados a colocar as suas casas à venda ou no mercado de arrendamento de longa duração.

Surgem notícias de que estes imóveis possam vir a ser integrados no Programa de Arrendamento Acessível (PAA), em troca de benefícios fiscais para os senhorios. Considerando uma redução da renda em 20% da mediana calculada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os senhorios poderão beneficiar de uma isenção de IRS e de IRC, bem como uma redução de pelo menos 50% do IMI, para todos os novos contratos. Nalguns casos, poderá mesmo haver isenção total do IMI.

Estamos claramente a assistir a uma mudança de paradigma: até aqui, deu-se grande abertura à possibilidade de despejo das famílias que há décadas habitavam os bairros de Lisboa e do Porto, maioritariamente idosos. Foram despejados das suas casas para que pudessem ser vendidas a investidores e futuramente arrendadas.

 

Foi muito badalada a descaracterização dos bairros típicos. Mas uma coisa é certa e inegável, a requalificação dos imóveis residenciais em Lisboa e no Porto aconteceu. Talvez esta não fosse a única ou a melhor forma de o fazer… acho que ainda teremos que refletir sobre isto.

 

O confinamento mudou também os interesses dos novos compradores. Verificou-se o aumento de procura de apartamentos com mais uma assoalhada que servirá para escritório. Terraços e boas varandas são também muitas vezes solicitados. Há ainda aqueles que optam por sair das zonas urbanas para os arredores onde os preços de compra são francamente mais baixos, beneficiando de uma maior qualidade de vida. Para o segmento mais elevado, as moradias passaram a ser privilegiadas em relação aos apartamentos. Os preços continuam a ser a grande questão… subiram ou desceram?

 

Uma coisa é certa… Independentemente de tudo, o relógio não pára! Temos que nos preparar para o futuro e procurar as oportunidades que cada momento de crise poderá proporcionar.

 

Eu acredito que vamos conseguir…!

 

Clique aqui para ver o artigo publicado na Revista VALOR MAGAZINE.

 

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